O sistema solar

Sol
 [Do lat. sole.]
 Estrela em torno da qual giram a Terra e os outros planetas do sistema solar, e que, comparada a outras, é relativamente pequena e de brilho fraco, parecendo maior e mais brilhante por se encontrar mais perto. [Sua luz leva oito minutos e meio para atingir a Terra, ao passo que o da segunda estrela mais próxima do nosso planeta (Próxima do Centauro) o faz em três anos e quatro meses].

Mercúrio
 [Do mit. Mercúrio, o mensageiro dos deuses, deus do comércio, da eloqüência e dos ladrões, entre os romanos.]
 Planeta interior, o menor do sistema solar e o mais próximo do Sol, o que torna difícil observá-lo, embora seja um astro brilhante à vista desarmada, quando em configuração favorável. Tem um diâmetro 2,5 vezes menor que o da Terra e uma densidade 1,5 vezes menor, e sua revolução em torno do Sol efetua-se em 88 dias. O período de rotação é igual há 59 dias aproximadamente.


 

Vênus
 [Do mit. lat. Venus, 'deusa da formosura, do amor, dos prazeres'.]
 O mais brilhante dos planetas, com órbita situada entre a de Mercúrio e a da Terra. Como é um planeta inferior, apresenta fases semelhantes às da Lua, se observado com instrumento de pequeno porte. Não mostra na superfície marcas bem definida, pois é coberto por atmosfera nebulosa; tem diâmetro aproximadamente igual ao da Terra, da qual dista de 39 a 260 milhões de quilômetros, e revoluciona em torno do Sol em 225 dias; a sua rotação axial ainda não é bem conhecida, atribuindo-se-lhe valores situados entre algumas horas e 225 dias. [sin.: estrela-d'alva, estrela da manhã, estrela da tarde, estrela do pastor, estrela matutina, estrela Vésper, estrela vespertina, matutina Vésper, Véspero  

Terra
   [Do lat. terra.]. 

 O terceiro planeta do sistema solar, pela ordem de afastamento do Sol, com um diâmetro equatorial de 12.756,8km e um diâmetro polar de 12.713,8km, e cujo movimento de rotação se efetua em 23 horas, 56 minutos e 4 segundos, enquanto o movimento de translação em torno do Sol se realiza em 365,3 dias. Apresenta-se envolto numa massa gasosa — a atmosfera

Lua
   [Do lat. luna, por via popular.]

 Satélite da Terra, cuja evolução em torno desta dura cerca de 27 dias e 8 horas, tempo que igualmente gasta para girar em torno de seu próprio eixo. Por essa razão, a face lunar voltada para nós é sempre a mesma. Não tem luz própria, mas reflete a do Sol, de forma diferente, conforme a posição onde se encontra. Tais variações se denominam fases, e podem ser: lua cheia, quando o reflexo da luz solar é feito por toda a superfície visível da Lua; lua nova, quando o Sol ilumina a face lunar oposta à que se apresenta à Terra, não podendo a Lua, assim, refletir para a Terra a luz solar; quarto crescente e quarto minguante, quando só uma parte da superfície visível é iluminada. Não tem atmosfera e sua superfície, seca e muito acidentada, apresenta montanhas e crateras. As regiões planas chamam-se, impr., de mares.



Marte
 [Do mit. lat. Marte, 'deus da guerra'.]
 O quarto planeta em ordem de afastamento do Sol, e o único do sistema solar que apresenta aspectos e características análogos aos da Terra. Nitidamente menor que a Terra, Marte tem um diâmetro de 6.800km, e a sua massa, deduzida da observação dos seus dois satélites, Fobos e Deimos, é 0, 107 vezes a da Terra. [Sin.:

Júpiter
   [Do lat. Júpiter (nom.).]

 O maior planeta do sistema solar, com um diâmetro 11 vezes maior que o da Terra e uma massa 318 vezes superior. É visível à vista desarmada como uma estrela de magnitude -2,5 no momento de máximo brilho, e, observado ao telescópio, apresenta a forma de um disco achatado e atravessado por faixas escuras paralelas ao equador, que delimitam entre si zonas mais claras. No interior de tais faixas se observam marcas superficiais de formas irregulares e coloração particular; duas dessas formações se distinguem das restantes: a Mancha Vermelha e a Perturbação Austral. [Júpiter possui 12 satélites, quatro deles particularmente notáveis: Io, Europa, Ganimedes e Calisto.]



 

Saturno
   [Do mit. lat. Saturnu.]
 O segundo planeta, em volume, do sistema solar, com diâmetro 9,2 vezes maior que o da Terra e densidade oito vezes menor, e cuja constituição física se assemelha à dos outros grandes planetas exteriores: Júpiter, Urano e Netuno. Distingue-se dos demais membros do sistema solar pela formação anelar delgada, situada no plano equatorial e constituída de numerosas partículas de pequenas dimensões que em torno dele gravitam. São sete os anéis principais, separados por anéis escuros. São conhecidos 18 satélites do planeta.

Urano
   [Do mit. gr. Ouranós, 'divindade que personificava o Céu, o Universo', atr. do lat. Uranu.]
. O sétimo planeta do sistema solar pela ordem de afastamento do Sol; foi seu descobridor, em 1781, o astrônomo inglês William Herschel (1738-1822). É visível a olho desarmado em boas condições de visibilidade, pois na oposição atinge a magnitude 5,8; seu diâmetro é pouco maior que quatro vezes o da Terra, a densidade de 4,5 vezes maior, e tem 15 satélites e, pelo menos, 11 anéis ao seu redor.

Netuno
 [Do mit. Netuno (v. newtoniano).]

 O oitavo planeta em ordem de afastamento do Sol, com órbita entre Urano e Plutão; tem 8 satélites (Tritão, Nereida, Proteu, Larissa, Galatéia, Dispina, Talassa e Náiade) e um sistema de quatro tênues anéis. [Com um diâmetro de cerca de 50.000km, completa a sua revolução em torno do Sol em 164 anos e 280 dias. Sua existência foi prevista matematicamente, em 1845, pelo astrônomo inglês John C. Adams (1819-1892) e, independentemente, em 1846, pelo astrônomo francês Urbain J. Le Verrier (1811-1877), e confirmada por observação óptica, ainda em 1846, pelo astrônomo alemão Johann G. Galle (1812-1910).]

 

 

Plutão

 

 

 

   Até 2006, Plutão foi considerado um planeta principal do Sistema Solar, mas a descoberta recente de vários outros corpos de tamanho semelhante e, em alguns casos, maiores, no Cinturão de Kuiper, fez com que a União Astronômica Internacional (U.A.I.) decidisse, em 24 de Agosto de 2006, considerá-lo um planeta anão, juntamente com Éris e Ceres, o maior dos asteróides. Plutão é agora visto como o primeiro de uma categoria de objetos trans-neptunianos e foi-lhe atribuído o número 1340340 no catálogo de planetas menores.

Eris

   É conhecido oficialmente como 136199 Eris, é um planeta anão nos confins do sistema solar, numa região do sistema solar conhecida como disco disperso. É o maior planeta-anão do sistema solar e quando foi descoberto, ficou desde logo informalmente conhecido como o "décimo planeta", devido a ser maior que o então planeta Plutão.

   Éris tem um período orbital de cerca de 560 anos e encontra-se a cerca de 97 Unidades Astronômicas (UA) do Sol (uma UA equivale a cerca de 150 milhões de quilômetros), em seu afélio. Como Plutão, a sua órbita é bastante excêntrica, e leva o planeta a uma distância de apenas 35 UA do Sol no seu periélio (a distância de Plutão ao Sol varia entre 29 e 49,5 UA, enquanto que a órbita de Netuno fica por cerca de 30 UA).

Ceres

   É um planeta anão que se encontra na cintura de asteróides, entre Marte e Júpiter. Tem um diâmetro de cerca de 950 km e é o corpo mais maciço que se encontra nessa região do sistema solar, contendo cerca de um terço da massa total da cintura de asteróides.

   Apesar de ser um corpo celeste relativamente próximo do nosso planeta, pouco se sabe sobre Ceres.

   A sua classificação mudou mais de que uma vez: na altura em que foi descoberto foi considerado como um planeta, mas após a descoberta de corpos celestes semelhantes na mesma área do sistema solar, levou a que fosse reclassificado como um asteróide por mais de 150 anos.

   No início do século XXI, novas observações mostraram que Ceres é um planeta embrionário com estrutura e composição muito diferentes das dos asteróides comuns e que permaneceu intacto provavelmente desde a sua formação, há mais de 4 600 milhões de anos. Pouco tempo depois, foi reclassificado como planeta anão. Pensava-se, também, que Ceres fosse o corpo principal da "família Ceres de asteróides". Contudo, Ceres mostrou-se pouco aparentado com o seu próprio grupo, inclusive em termos físicos. A esse grupo é agora dado o nome de "família Gefion de asteróides".

Haumea

   Haumea, antes conhecido astronomicamente como 2003 EL61, é um planeta anão do tipo plutóide, localizado a 43,3 UA do Sol, ou seja, um pouco mais de 43 vezes a distância da Terra ao Sol, em pleno Cinturão de Kuiper. Haumea possui dois pequenos satélites naturais, Hi?iaka e Namaka, que, acredita-se, sejam destroços que se separaram de Haumea devido a uma antiga colisão. Haumea é um plutóide com características pouco comuns, tais como a sua rápida rotação, elongação extrema ealbedo elevado devido a gelo de água cristalina na superfície. Pensa-se, também, tratar-se do maior membro de uma família de destroços criados num único evento destrutivo.

Apesar de ter sido descoberto em dezembro de 2004, só em 18 de setembro de 2008 é que se confirmou tratar-se de um planeta anão, recebendo então o nome da deusa havaiana do nascimento e fertilidade.

Makemake

   Makemake é o terceiro maior planeta anão do Sistema Solar e um dos maiores corpos do Cinturão de Kuiper.  O seu diâmetro é de cerca de três-quartos do de Plutão. Não possui satélites conhecidos, o que o torna singular entre os corpos maiores do Cinturão. A sua superfície é coberta por gelo de metano e, possivelmente, de etano, devido à baixíssima temperatura média (cerca de 240 ºC negativos).

   De início conhecido como 2005 FY9 (e antes disso, provisoriamente, como "coelhinho da Páscoa"), Makemake foi descoberto em 31 de Março de 2005 por uma equipa chefiada por Michael Brown. O fato foi anunciado em 29 de Julho de 2005. Posteriormente, a 11 de Junho de 2008, a União Astronômica Internacional (UAI) incluiu-o em sua lista de candidatos potenciais ao status de plutóide, uma denominação para planetas anões além da órbita de Netuno que incluía então apenas Plutão e Éris. Makemake foi formalmente designado um plutóide em Julho de 2008.

   Makemake recebeu o nome do criador mítico da humanidade segundo os rapanui, nativos da ilha de Páscoa.